A Casa França-Brasil reabre ao público com a exposição “Casa Aberta: Passagens”, que reúne obras de 10 artistas contemporâneos concebidas especialmente para criar um diálogo com o espaço, considerando suas transformações ao longo da história.
Tombado pelo IPhan, o edifício de estilo neoclássico foi projetado por Grandjean de Montigny (arquiteto da Missão Artística Francesa) e inaugurado em 1820 para dar à cidade do Rio de Janeiro uma atmosfera cosmopolita à moda européia daquela época. Em 1824, foi transformado em Casa de Alfândega, por onde passavam mercadorias e negros trazidos da África como escravos.
Entre as obras desenvolvidas para a mostra, destacamos a instalação “Al-Fundaq“, da nossa artista representada Claudia Hersz, que buscou inspiração na etimologia da palavra “alfândega” (em árabe: “al-fundaq” – traduzida como uma hospedaria ou estalagem, um lugar de acolhimento passageiro).
A obra emula uma tenda árabe, que tem seu chão forrado de tapetes e as paredes de tecido translúcido convergindo de forma fantasmagórica com a arquitetura e o passado da Casa. Sobre o piso, uma máscara no estilo covidiano em grande escala, do mesmo tecido do tapete, faz uma alusão ao momento atual e às relações cada vez mais distanciadas entre pessoas, ideias e países.
Com curadoria de Diego Martins e Ricardo Resende, “Casa Aberta: Passagens” segue até o dia 31 de março. Também participam os artistas Adriano Machado, Arlindo Oliveira, Efrain Almeida, Emerson Uyra, Ivan Grillo, Leonardo Lobão, Marcela Bonfim, Panmela Castro e Patrícia Ruth. São permitidas até 10 pessoas simultaneamente no espaço, que funciona de quarta a domingo, das 12 às 18 horas. Entrada gratuita.