Retomando a série de encontros com nossos artistas representados, visitamos esta semana o ateliê de Carolina Martinez, localizado na Rua Pires de Almeida, em Laranjeiras, zona sul do Rio de Janeiro. A área margeia a principal e mais movimentada via do bairro, e comporta um dos primeiros empreendimentos imobiliários de grande porte da cidade – edifícios de quatro andares projetados nos anos 20 e que se estendem ao longo de uma rua sem saída entrecortada por uma pequena praça retangular. Descolada da urbe, a rua lembra um típico bairro de uma cidade mediterrânea qualquer, e tão logo iniciamos uma caminhada por ali, a sensação é de que o tempo entrou em suspensão.
Martinez ocupa atualmente 2 espaços – um deles é o ateliê propriamente dito, uma espécie de ático situado na cobertura de um desses edifícios, onde a artista vem ensaiando uma nova paleta, com cores mais vivas e que já preenchem os espaços de obras em madeira recém-concluídas. A busca por ângulos inusitados e por espaços não-percebidos condicionam a sua pesquisa, que tem forte influência da arquitetura e da geometria. Sua produção mais recente tem na obra do arquiteto mexicano Luis Barragán uma das principais fontes de inspiração. Fotografias de espaços em preto e branco também têm sido um impulso para novas criações. Outra frente de sua pesquisa está na concepção de obras site-specific que ressignificam elementos arquitetônicos, despertando novas relações com o espaço.
Do outro lado da rua, na retaguarda de uma das fileiras dos edifícios, uma pequena garagem também é ocupada pela artista, que se aproveita da estrutura mais ampla para propor ensaios de perspectiva e experiências expositivas a partir do agrupamento de trabalhos heterogêneos.
Confira na galeria a seguir alguns registros da visita.
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Galeria de fotos
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Bio
CAROLINA MARTINEZ nasceu em 1985 no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha. É formada em Arquitetura e Urbanismo com pós-graduação em História da Arte e Arquitetura no Brasil pela PUC-RJ. Também frequentou diversos cursos livres na Escola de Artes Visuais do Parque Lage – RJ. No percurso de seu processo criativo, investiga espaços arquitetônicos e superfícies urbanas. Em sua produção artística, emerge o olhar do espectador em direção a espaços vazios, aparentemente desabitados. Com isso, perspectivas invisíveis são reveladas, como a passagem do tempo e a luz, por meio de pinturas, colagens, assemblages e instalações site-specific.
Martinez tem participado de inúmeras exposições coletivas nos últimos anos, com destaque para: AAA – Antologia de Arte e Arquitetura, curadoria de Sol Camacho, Galpão Fortes D’Aloia e Gabriel, São Paulo, Brasil (2020); MOLT BÉ!, curadoria de Raphael Fonseca, Portas Vilaseca Galeria, Rio de Janeiro (2018) e Aproximações, curadoria de Zalinda Cartaxo, Galeria Celma Albuquerque, Belo Horizonte, MG, Brasil (2017). Dentre as suas exposições individuais mais recentes, destacamos: Odeón, curadoria de Jaime Portas Vilaseca, Espacio Odeón, Bogotá, Colômbia (2017); Programa Solo SP-Arte, curadoria de Luiza Teixeira de Freitas, Pavilhão Ciccillo Matarazzo, São Paulo, Brasil (2016) e Aquilo que não conseguia ver, curadoria de Ivair Reinaldim, na Portas Vilaseca Galeria, Rio de Janeiro, Brasil (2015). Em 2015, a artista participou de uma residência artística na Residency Unlimited, em Nova York (EUA). Em 2010, recebeu o Prêmio Garimpo, promovido pela Revista DasArtes Brasil, e também foi premiada no 35º Salão de Arte Contemporânea de Ribeirão Preto – SARP, Ribeirão Preto, SP, Brasil
Para mais informações, confira a página de perfil da artista por aqui.
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Seguindo os protocolos da OMS, esta visita respeitou as regras de uso de máscara e distanciamento social.