Entrou em cartaz no MAM Rio a exposição coletiva “Atos de revolta: outros imaginários sobre independência”.
A mostra repensa o bicentenário da Independência do Brasil, abordando os diversos imaginários de país então esboçados, a partir de uma série de levantes, motins e insurreições em torno do período, como a Inconfidência Mineira, a Revolução Pernambucana, a Cabanagem, a Revolução Farroupilha, entre outras.
Participam com obras comissionadas para a mostra: Arissana Pataxó, Ana Lira, Elian Almeida, Gê Viana, Giseli Vasconcelos com Pedro Victor Brandão, Gustavo Caboco Wapichana com Roseane Cadete Wapichana, Marcela Cantuária e Tiago Sant’Ana; junto a obras recentes de Arjan Martins, Glicéria Tupinambá, Paulo Nazareth e Thiago Martins de Melo, e com a remontagem de uma obra de Luana Vitra – ao lado também de uma seleção de objetos dos séculos 18 e 19, vindos dos acervos do Museu da Inconfidência e do Museu Histórico Nacional; e oito pinturas do artista gaúcho Glauco Rodrigues, pertencentes ao acervo do MAM Rio.
A curadoria é de Beatriz Lemos, Keyna Eleison, Pablo Lafuente e Thiago de Paula Souza.
Giseli Vasconcelos e Pedro Victor Brandão atuam como artistas na interseção entre os processos de circulação de informação e modos de construção comunitária e política, relacionando valor com imagem. Dispositivos digitais, tecnologias de processamento de dados, cartografias, fotografia e pintura são alguns dos meios que utilizam para explorar as relações entre arte, sociedade e capital. A convite da curadoria do MAM-Rio, a dupla se une para realizar o trabalho Nheenga Cabana (2022), um projeto baseado nos arquivos do jornalista e sociólogo paraense Lúcio Flávio Pinto sobre a revolta da Cabanagem, publicados no acervo digital cabanagem180.wordpress.com desde 2014.
As estações de leitura posicionadas em vários lugares da exposição apresentam imagens sobre o levante geradas por processos de aprendizado de máquina com inteligência artificial a partir entradas de texto (prompts) do arquivo de Lúcio, suscitando uma reflexão sobre memória, tecnologia e agência, contando também com a distribuição gratuita de uma edição extraordinária do Jornal Pessoal, publicação independente de Lúcio que circulou por mais de 30 anos no Pará.
A mostra segue até fevereiro de 2023. Não perca!
Mais informações em: mam.rio/programacao/atos-de-revolta/
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por Fabio Souza