A Portas Vilaseca Galeria tem o prazer de apresentar na 10ª edição da 1-54 London Contemporary African Art Fair uma seleção de trabalhos inéditos dos artistas Ayrson Heráclito, Mulambö e Pedro Neves.
Comemorando seu 10º aniversário em Londres, a 1-54 reúne, a partir desta quinta-feira (13.10) até o próximo domingo (16.10) na Somerset House, 50 expositores internacionais de 21 países – 16 galerias são do continente africano e 14 galerias participam da edição londrina da feira pela primeira vez. Estarão em exibição obras de mais de 130 artistas que trabalham com uma variedade de mídias, desde pintura e escultura até técnica mista e instalação. Artistas consagrados como Ibrahim El-Salahi, Hassan Hajjaj e Zanele Muholi juntam-se a artistas jovens e emergentes como Sola Olulode e Pedro Neves.
A 1-54 London 2022 também apresenta uma programação paralela especial, incluindo o 1-54 Fórum, programa multidisciplinar com palestras, performances, workshops e leituras, com a curadoria de Omar Kholeif. E em colaboração com a Somerset House, a artista interdisciplinar radicada em Lisboa Grada Kilomba, irá expor a sua aclamada instalação “O Barco / The Boat” no pátio do complexo arquitetônico onde acontece a feira, na região central de Londres.
Para acessar o preview completo em PDF (versão em Português), clique AQUI.
***
SERVIÇO
PORTAS VILASECA GALERIA NA 1-54 LONDON 2022
Stand: S07 – South Wing
VIP preview: 11:00 – 18:00 | Quinta, 13 de outubro
Visitação
10:00 – 19:00 Sexta 14 de outubro
10:00 – 19:00 Sábado 15 de outubro
10:00 – 19:00 Domingo 16 de outubro
Local: Somerset House | Strand, Lonres WC2R 1LA | Reino Unido
***
ARTISTAS E OBRAS SELECIONADAS
Ayrson Heráclito – Série “Juntó”
A obra de Ayrson Heráclito deriva da ideia do sagrado expressa na ritualística e na simbologia do Candomblé, religião da diáspora africana que incorpora diferentes influências e tradições espirituais de vários territórios da África Ocidental. Sua prática é movida pelas cosmologias dos orixás, principalmente da tradição jeje-nagô. Heráclito muitas vezes recorre aos aspectos performativos do transe, de ações mágicas que evocam, purificam e reorganizam as energias, histórias e memórias da herança negra e da violência colonial. A série “Juntó” incorpora insígnias e ferramentas relacionadas ao panteão das divindades do Candomblé e é uma homenagem ao escultor, sacerdote e escritor baiano Mestre Didi (1917 – 2013). “Orixás” são espíritos enviados pelo Criador supremo (Olorun) para auxiliar a humanidade e ensiná-la a ter sucesso na Ayé (Terra). Cada pessoa é guiada por pelo menos dois orixás e a palavra “juntó” refere-se ao segundo orixá, responsável pelo equilíbrio e por acompanhar os principais orixás que regem nossas cabeças. A série é composta por aquarelas, desenhos e esculturas, combinando símbolos associados ao orixá governante e o seu “juntó”. Na 1-54 London, Ayrson Heráclito apresenta duas novas obras dessa série – a aquarela “Oxé com Eruquerê” e a escultura “Xaxará com Abebé”.
Mulambö – Série “O Navio Negreiro” [ THE SLAVE SHIP ]
A série “O Navio Negreiro” reúne uma seleção de pinturas inéditas sobre papel do artista brasileiro Mulambö. Estas obras são as peças originais especialmente desenvolvidas pelo artista para a publicação de mesmo nome, relançada em 2022 pela editora brasileira Antofágica. Esta edição especial de “O Navio Negreiro” foi concebida em conjunto com as obras de arte de Mulambö e o design de Oga Mendonça, de forma a proporcionar uma experiência visual de leitura. Na 1-54, as pinturas originais foram organizadas individualmente, em dípticos, trípticos e polípticos; e serão exibidas em moldura de acrílico personalizada.
“O Navio Negreiro” é um poema épico dramático escrito em 1868 por Castro Alves, um dos maiores nomes do romantismo brasileiro. O poema é considerado um importante manifesto antiescravista, pois denuncia o tráfico de escravos, 18 anos após a prática ter sido proibida no país. A poesia de Alves narra imagens que confrontam a consciência coletiva de seu tempo, criada pelo sistema colonial, e também traz à tona sua visão inconformista do “status da amargura”, moldado pela experiência surreal dos negros em um mundo branco .
Pedro Neves – Pinturas inéditas
O artista mineiro apresenta na 1-54 London a sua produção mais recente em pintura. As duas telas “Sem título” versam sobre a relação do homem com a natureza e as questões sobrenaturais que nos cercam. O mundo também é habitado por seres não visíveis aos olhos do ser urbanizado. No entanto, muitas pessoas constroem uma outra relação com este lado sobrenatural; para alguns faz parte do cotidiano a presença de seres das florestas, das águas, do fogo, etc. São figuras presentes no consciente coletivo de crianças, homens, mulheres e dos mais velhos. Seres encantados que andam pelas ruas aos olhos de quem se propõe a ver.
As telas “Guerreiro” e “Caçador e Caça” brincam com as imagens de violência existentes no imaginário popular que permeia o jornalismo com apelo sensacionalista. Neves explora cenas inspiradas nas máscaras, adereços, poses fotográficas, cores e expressões presentes nas tradições populares, reinventando o lugar da violência dentro do lugar da brincadeira. Por fim, a obra “Castigo” é uma reflexão sobre a educação pública e como se constrói a experiência do ensino. Muito do que se aprende está fundado no medo de sofrer uma punição – uma construção social que se infiltra no cotidiano das pessoas.