Em cartaz na Central Galeria, em São Paulo, a exposição “No presente, a vida (é) política” reúne 10 artistas e 24 obras selecionadas pelo curador Diego Matos, que busca no pensamento contemporâneo do filósofo e ativista Franco Berardi, inspiração para refletir sobre a experiência coletiva e o corpo social em um contexto de crise permanente em que estamos mergulhados.
Um dos destaques da mostra é nosso artista representado Rafael Pagatini, que apresenta dois trabalhos.
Em “Bandeirantes” (2018), o artista imprimiu sobre a face de caixas de arquivo abertas, conhecidas no Brasil como “arquivo morto”, detalhes de registros fotográficos da inauguração da Rodovia dos Bandeirantes, em 1978. O trabalho propõe um olhar sobre a fotografia, o evento e a construção da rodovia, que como o próprio nome indica, está associado ao imaginário autoritário e colonizador dos Bandeirantes. Além disso, o próprio título do trabalho busca associação com a “Operação Bandeirantes”, que teve a participação de integrantes da imagem e que manifesta as relações entre militarismo, empresariado e políticos no governo de exceção brasileiro (1964-1985).
Já “Protocolo” (2017-2020), parte da catalogação da imagem de carimbos em documentos, relatórios, inquéritos, investigações em documentos do Departamento de Ordem Política e Social – o famigerado DOPS – coletados no Arquivo Público do Estado de São Paulo para esta versão atualizada da obra. Para quem mora ou está de passagem pela capital paulista, exposição segue até 21.11 com visitação por agendamento de segunda à sexta das 11 às 19h, e sábados, das 11 às 17h.
Mais informações no site da galeria em: www.centralgaleria.com
Para saber mais sobre o artista Rafael Pagatini e sua prática artística, clique aqui.