
Pio XII, MA, Brasil, 1982
Vive e trabalha em Marabá, PA, Brasil
A obra de Marcone Moreira incorpora várias linguagens, como pinturas, esculturas, vídeos, objetos, fotografias e instalações. Sua pesquisa está associada à memória de materiais gastos e impregnados de significados culturalmente construídos. Na sua prática artística, desenvolve uma metodologia de trabalho em que interessa a apropriação, o deslocamento e a troca simbólica de materiais.
Exposições individuais recentes incluem: “Fraturas”, com texto crítico de Eucanaã Ferraz, Portas Vilaseca Galeria, Rio de Janeiro, RJ (2024); “Exaustos”, Casa das Onze Janelas, Belém, PA (2018); “Linhas de Força”, Palácio das Artes, Belo Horizonte, MG (2017); “Marcone Moreira”, Paço Imperial, Rio de Janeiro, RJ (2016); “Território líquido”, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, SP (2015).
Exposições coletivas recentes incluem: “Tanto Mar”, Espaço Santa Catarina, Lisboa, Portugal (2020); “VAIVÉM”, com curadoria de Raphael Fonseca, Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Belo Horizonte (2019); “From the Margin to the Edge”, Somerset House, Londres, Reino Unido (2012).
Marcone Moreira recebeu diversos prêmios e bolsas ao longo de sua carreira. Entre os destaques, estão o PREAMAR de Arte e Cultura – Produção e Circulação, da Secult–PA, em 2020; a Bolsa de Pesquisa e Experimentação Artística, concedida pela Casa das Artes em Belém, em 2018; e a Bolsa de Estímulo à Produção em Artes Visuais da Funarte, em 2013. Em 2014, foi contemplado pelo Programa Residências Artísticas, da Fundação Joaquim Nabuco, em Recife, e em 2009, recebeu a Bolsa de Pesquisa e Experimentação Artística do Instituto de Artes do Pará, também em Belém.
Moreira foi premiado com o Prêmio Marcantonio Vilaça, da CNI/Sesi, em 2011, e novamente com o Prêmio Marcantonio Vilaça/Funarte, em 2010. Em 2008, conquistou o Prêmio no XV Salão da Bahia, em Salvador, e, no ano seguinte, o Prêmio Projéteis de Arte Contemporânea, da Funarte, no Rio de Janeiro. Também foi parte do Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo em 2007, e recebeu a Bolsa Pampulha, do Museu de Arte da Pampulha, em 2005. Entre suas conquistas mais antigas, destaca-se o Grande Prêmio no XXII Salão Arte Pará, em 2003.
As obras do artista estão presentes em diversas coleções institucionais renomadas. Entre elas, destacam-se: Museu de Arte do Rio – MAR, Rio de Janeiro, RJ; o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM; Museu da Universidade Federal do Pará, Belém, PA; Casa das Onze Janelas, Belém, PA; Museu de Arte Moderna da Bahia – MAM, Salvador, BA; Fundação Clóvis Salgado, Belo Horizonte, MG; Centro Cultural São Paulo, SP.

A paisagem marca toda a obra de Marcone Moreira. Viver onde vive – Marabá, cidade do sudeste do Pará, ponto de encontro entre dois grandes rios, Tocantins e Itacaiúnas – é seu bem mais precioso. Seus olhos estão ali. É a realidade do lugar que define as linhas mestras do trabalho – pinturas, instalações, esculturas, fotografias, coisas. Mas a presença do vocabulário local se dá por meio de uma sensibilidade formal que remonta processos fundamentais das artes moderna e contemporânea. O mais flagrante: Marcone apropria-se da inteligência plástica popular em readymades originados de embarcações, caminhões, caixotes, caixas de isopor e outros objetos. No entanto, ou por isso mesmo, a paisagem aparece apenas como metonímia: pedaço, resto. Ou ainda, fratura, compreendida como forma fragmentária, mas não amorfa.