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NO ATELIÊ COM GABRIEL SECCHIN
NO ATELIÊ COM GABRIEL SECCHIN
06.02.2021

Esta semana visitamos mais um ateliê, dentro da série de encontros com nossos artistas representados. Desta vez, Gabriel Secchin nos recebeu em seu espaço – na cobertura de um antigo sobrado localizado na Rua São Clemente, que corta o bairro de Botafogo na zona sul carioca.

Somos logo surpreendidos pela vista, que se desdobra em duas possibilidades, graças ao arranjo generoso de uma proeminente varanda, ou “quase-laje”. À esquerda, mais próximo, o Pão de Açúcar revela-se majestoso; à direita, um pouco além, em perspectiva de “escanteio”, está o morro do Corcovado com a estátua do Cristo Redentor. O corredor formado pela rua e pelos edifícios alongados que se impõem sobre os resquícios da arquitetura colonial garante bons ventos e um refresco extra para verões infernais.

Dentro do ateliê, as telas parecem regurgitar esse cenário tropical icônico e seguir suas regras internas. Reunidas na parede, revelam um ímpeto crítico ou uma vontade de comentar o estado das coisas. A frouxidão temporal causada pela pandemia nos últimos meses permitiu ao artista uma maior fruição com suas crias, o que de certa maneira fomentou a sua disposição pelo “aterramento”. Paisagens e lugares ganham forma e expressão.

Novas narrativas têm sido engendradas a partir de exercícios de justaposição, de onde brotam situações inusitadas, como num jogo de interpretação de papéis. O uso do bastão de óleo, em diálogo com um desenho menos calculado, viabiliza o erro.

Entre os destaques desse novo corpo de trabalhos, surge quase a contragosto – e no limite entre rebentar e submergir – uma figura familiar da brasilidade, conceito que parece viver sua provação (ou purgação, para os mais fatalistas). Em outras pinturas, a violência se manifesta em diferentes nuances – seja pela desforra da natureza, representada por um antropomorfismo lúdico; pela intolerância reacionária, marcada pela reencenação de julgamentos de exceção; ou quando a fronteira entre fetichismo e mistificação parece se esvair.

Em todas elas, o universo temático multi-referencial de Secchin desvela uma atmosfera que seduz, tanto pelo incômodo que provoca quanto pelas esquisitices que a habitam.

Respire, fique à vontade e permita-se envolver.

Confira na galeria a seguir alguns registros da visita.

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