
Kika Carvalho e Mulambö participam da exposição Dignidade e Luta: Laudelina de Campos Mello, que será inaugurada neste sábado, dia 22 de março, no Instituto Moreira Salles (IMS) de Poços de Caldas (MG).
Com curadoria de Raquel Barreto e Renata Sampaio, a mostra celebra a trajetória de uma das principais ativistas pelos direitos das trabalhadoras domésticas no Brasil. A exposição reúne fotografias, documentos, objetos pessoais e obras de 41 artistas que dialogam com as lutas contemporâneas da categoria, abordando questões como trabalho, desigualdade e resistência.
Mulambö apresenta duas obras icônicas de sua trajetória: Feijoada IV (2020), uma pintura sobre prato Duralex, e Queria um pincel, me deram uma vassoura (2018), pintura sobre uma vassoura de piaçava.
Já Kika Carvalho exibe a tela comissionada Seu Chopin, me desculpe, desdobramento de uma série iniciada em 2021, na qual retrata mulheres negras em atividade no circuito das artes visuais. Nesta pintura inédita, a artista traz referências à música, ao teatro e à teledramaturgia brasileira, destacando as atrizes Zezé Motta, Ruth de Souza e Léa Garcia.
O título da obra faz alusão à música de Johnny Alf, considerado o pai da bossa nova, um gênero que, posteriormente, foi incorporado à teledramaturgia brasileira em contextos específicos, geralmente associados a lazer, relaxamento e convivência social. Longe de sugerir uma aspiração à elite, a cena retratada não contém itens de luxo nem insinua relações de serviço. A roupa branca, que em uma sociedade historicamente marcada pela segregação pode remeter ao uniforme de babás e empregadas domésticas, aqui assume outro significado: apenas indica o dia da semana—uma sexta-feira.
A exposição fica em cartaz até 14 de setembro.
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