
Iniciamos uma série de visitas aos ateliês dos nossos artistas representados e a primeira delas aconteceu no espaço que o artista Zé Carlos Garcia ocupa no centro histórico da cidade do Rio de Janeiro.
Cercado por materiais e artefatos que lembram um “gabinete de curiosidades”, Garcia vem trabalhando há alguns meses no desenvolvimento de uma nova série de objetos escultóricos para a sua primeira exposição individual na Portas Vilaseca Galeria, com abertura prevista para o segundo semestre deste ano.
A solidão dos tempos pandêmicos obviamente afetou a rotina de trabalho no ateliê, o que levou o artista a tomar as rédeas de todas as etapas de produção das suas obras. Nesse processo de isolamento e reflexão, prevalece o exercício introspectivo da artesania, logo, a comunhão entre erros e acertos torna-se mais natural e instintiva.
Ao ser provocado pelas condicionantes frágeis de um mundo em suspensão, às vias de se esfacelar, o artista aponta para um despertar criativo que desvela novas paisagens, por ora recolhidas na órbita do seu fazer.
Formas que parecem compor um jardim edênico boschiano circulam entre neo-carrancas invocadas a partir das memórias de uma infância margeada pelo Rio São Francisco. O hiper-realismo alegórico de Garcia também revela poéticas particulares, através da justaposição de novos materiais encontrados e referências que percorrem as tradições populares e a natureza dos trópicos.
Confira na galeria a seguir alguns registros dessa primeira visita.









