
Nádia Taquary canaliza as ricas correntes culturais da África pré-colonial, invocando o “protagonismo do feminino negro” como princípio orientador de sua prática artística. Suas esculturas e instalações funcionam como canais de sabedoria ancestral, imbuídas com as cores vibrantes e os motivos simbólicos das cosmologias africanas.No coração de sua série “Oríkì” está uma profunda homenagem à cultura Yorubá, onde os penteados escultóricos transcendem o simples adorno para se tornarem encarnações de reverência ancestral e empoderamento contemporâneo (Ori significa “cabeça” e ki significa “louvor”). Através de sua série “Dinkas Orixás” e das evocativas esculturas “Yabás”, Taquary captura a essência das tradições sagradas e dos espíritos guerreiros, criando uma ponte entre passado e presente, tradição e inovação. A artista também busca questionar e desconstruir as narrativas eugênicas, eurocêntricas e patriarcais que, por muito tempo, limitaram o acesso ao conhecimento e à compreensão relacionados ao rico legado das culturas africanas.
Em 2023, apresentou sua aclamada exposição individual “Ònà Irin: Caminho de Ferro” no Museu de Arte do Rio (MAR), no Rio de Janeiro. A exposição está atualmente em cartaz no Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira em Salvador (BA), e em breve será apresentada no Sesc Belenzinho, em São Paulo. Mais recentemente, em 2024, a artista participou da 24ª Bienal de Sydney. Já neste ano (2025), apresenta uma obra comissionada na exposição “Formas das Águas” no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro e participa da 15ª Bienal de La Habana, em Cuba. Também é destaque na coletiva “Musafiri”, em cartaz na Haus der Kulturen der Welt (HKW), em Berlim (Alemanha); e na exposição “Spiritual Form”, coletiva em torno do legado de Mestre Didi no El Museo del Barrio em Nova York, EUA, curada por Rodrigo Moura.
Exposições recentes incluem: “Red Atlantic”, Palais des Nations, Genebra, Suíça (2024); “Dos Brasis”, Sesc Belenzinho, São Paulo, SP; e Sesc Quitandinha, Petrópolis, RJ, Brasil (2023–2024); “Um Defeito de Cor”, Museu de Arte do Rio (MAR), Rio de Janeiro, RJ; e Sesc Pinheiros, São Paulo, SP, Brasil (2023–2024); “The Precious Life of a Liquid Heart”, Institute for Studies on Latin American Art, Nova Iorque, EUA (2023); entre outras.
Formada em Literatura Vernacular e especializada em Educação, Estética, Semiótica e Cultura, pela Universidade Federal da Bahia.
Suas obras fazem parte de importantes coleções institucionais nacionais e internacionais, como: Pérez Art Museum Miami (PAAM), EUA; New York Museum of Art and Design (MAD), EUA; Institute for Studies on Latin American Art, Nova York (ISLAA), EUA; Pinacoteca de São Paulo; Inhotim; Museu de Arte do Rio – MAR; e Museu de Arte Moderna da Bahia – MAM/BA.













