Nesta quinta, dia 10, começa a 1-54 Contemporary African Art Fair em Londres. A Portas Vilaseca participa de mais uma edição, desta vez apresentando um diálogo direto entre as obras de três artistas mulheres de diferentes gerações e linguagens. Em uma convergência de práticas artísticas distintas, Kika Carvalho, Nádia Taquary e Silvana Mendes tecem intrincadas narrativas de identidade, herança e resiliência no contexto da diáspora africana nas Américas.

Nádia Taquary canaliza as ricas correntes culturais da África pré-colonial, invocando o “protagonismo feminino negro” como um princípio orientador em sua expressão criativa. Suas esculturas e instalações servem como canais de sabedoria ancestral, imbuídas de tons vibrantes e motivos simbólicos das cosmologias africanas. No centro de sua série Oríkì está uma profunda homenagem à cultura Iorubá, em que os penteados esculturais transcendem o mero adorno para se tornarem personificações da reverência ancestral e do empoderamento contemporâneo (“Ori” significa “cabeça” e “ki” significa “louvor”). Por meio de sua série Dinkas Orixás e das esculturas Yabás, Taquary capta com maestria a essência das tradições sagradas e dos espíritos guerreiros, fazendo a ponte entre o passado e o presente, a tradição e a inovação.

Já a pesquisa artística de Silvana Mendes investiga as complexidades sutis da identidade e do revisionismo histórico. Mendes navega pelas turbulentas correntes da história brasileira com suas “afetocolagens”, que escavam narrativas esquecidas e desafiam as representações dominantes da negritude. Por meio do apagamento intuitivo de fundos e intervenções sutis, a artista dá nova vida a fotografias de arquivo, transformando-as em um corpo de memória coletiva e narrativa especulativa. Ao convidar os espectadores a se envolverem com suas narrativas reconstruídas, Mendes catalisa conversas sobre reparação histórica e transformação social, impregnando seu trabalho com um senso palpável de afeto e ressonância coletiva.

Por fim, Kika Carvalho traça seu próprio caminho na história da pintura com um estilo distinto e uma paleta de cores marcante. Sua poética íntima está entrelaçada com questões sobre a construção da identidade individual com base na cultura, bem como com os processos de identificação do que significa ser uma pessoa negra na contemporaneidade. Em sua série de pinturas a óleo em grande escala “12 Novembros”, Carvalho apresenta crianças e jovens usando penteados que evocam a herança africana, simbolizando uma cultura que é organicamente transmitida e preservada. A artista explora a jornada da maioridade e a necessidade vital de se reconectar com suas raízes.

Juntas, Nádia Taquary, Kika Carvalho e Silvana Mendes atravessam as intrincadas paisagens da ancestralidade e do pertencimento, oferecendo reflexões precisas sobre os legados duradouros da diáspora africana. Seus respectivos corpos de trabalho servem como catalisadores para o diálogo e a introspecção, convidando o público a reimaginar os contornos da história e da identidade em um mundo moldado pela resiliência, pela transformação criativa e pelo poder duradouro da ancestralidade.

Esperamos a sua visita no stand S2 – South Wing na Somerset House, de 10 a 13 de outubro.

[ PREVIEW ]
KIKA CARVALHO
NÁDIA TAQUARY
SILVANA MENDES

Serviço
Portas Vilaseca Galeria na 1-54 Contemporary African Art Fair
Stand: S2 – South Wing
Período: 10 – 13 de outubro de 2024
Onde: Somerset House, Londres, Reino Unido
Mais informações: https://www.1-54.com/london/

Apoio
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LATITUDE | Platform for Brazilian Art Galleries