
As obras que integram o stand (D12) da Portas Vilaseca na SP–Arte 2025 congregam duas sensibilidades norteadoras que, apesar de parecerem próximas, diferem em sua postura: a arte política e a política da arte. O primeiro grupo, composto por obras dos artistas Randolpho Lamonier, Claudia Hersz, Guerreiro do Divino Amor e Pedro Victor Brandão, apresenta referências diretas e contundentes a personalidades, jargões e elementos da política e da economia global, produzindo discursos carregados de ironia que mergulham nas contradições de um mundo turbulento. Nele, o real — a cidade, a economia material, o social — e o digital — os meios de comunicação, o meme e o ruído — se confundem e criam hiperficções que, além de replicarem os sistemas que expõem, funcionam como um empecilho ou mesmo um cavalo de Troia na engrenagem pós-capitalista.
Por outro lado, as obras selecionadas de Nádia Taquary, Mano Penalva, Antônio Pichillá, Arthur Palhano, Emilia Estrada e Zé Carlos Garcia apresentam uma visão caleidoscópica de uma política das artes que, embora flerte com culturas religiosas, manifestações tradicionais, símbolos da cultura de massa ou paisagens extraterrestres, convida o visitante a uma experiência mediada por suas qualidades materiais. Propõem uma dança sensorial na qual o visitante completa a experiência com suas próprias memórias subjetivas, sem um destino pré-estabelecido. Atuam como miragens, no sentido mais positivo da palavra – fulguram imagens instáveis que espelham o desejo mais íntimo de quem as observa. Apesar das diferenças de postura, os dois grupos reunidos têm em comum a produção da fabulação como meio de construir novas relações entre aparência e realidade, o singular e o comum.
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SERVIÇO
Portas Vilaseca na SP ARTE 2025
Stand: D12
02 – 06.04.2025
Pavilhão da Bienal
São Paulo – SP