
O Museu Vassouras inaugura suas atividades com Chegança, exposição curada por Marcelo Campos que reúne mais de 70 artistas para celebrar tradições, histórias e identidades do Vale do Café, no interior do estado do Rio de Janeiro. Entre os destaques da mostra, em cartaz de 6 de dezembro de 2025 a 31 de maio de 2026, está a artista baiana Nádia Taquary, que apresenta sua obra monumental Puxada de Rede.
Reconhecida por sua pesquias em torno da joalheria afro-brasileira, Taquary transforma materiais e símbolos ancestrais em narrativas visuais de grande força expressiva. Em Puxada de Rede (2013), a artista ressalta o protagonismo feminino negro, evocando as mulheres que sustentam e transmitem tradições, saberes e formas de resistência. Elementos emblemáticos de sua produção — como o peixe articulado, símbolo recorrente no ofício da joalheria afro-brasileira — surgem aqui em escala ampliada, intricada e exuberante, trazendo à tona histórias de luta, resiliência e liberdade.
Para além de seu caráter monumental, a obra funciona como um chamado à memória coletiva. Ao aproximar ancestralidade e contemporaneidade, Puxada de Rede se articula de modo direto com o espírito da exposição, que propõe revisitar ritos, escutar vozes e reforçar alianças entre território, tradição e futuro. Com artistas como Rosana Paulino, Denilson Baniwa, Sonia Gomes, Beatriz Milhazes, Walter Firmo, Eustáquio Neves e Tarsila do Amaral, entre muitos outros nomes essenciais da arte brasileira, Chegança convida o público a cantar, dançar, circular e refletir — tal como nos cortejos lembrados no texto curatorial — sobre as formas possíveis de criar novos encontros.
A mostra inaugura o Museu Vassouras com um gesto de celebração e acolhimento, reunindo obras que cruzam passado e presente para projetar o porvir.
Mais informações: museuvassouras.org.br/







